Irmã Dulce é canonizada pelo Papa Francisco
O Brasil é o país de maior população católica
do mundo,
representando sozinho cerca de 10% dos
católicos de todo o globo.
(Fonte: Google).
Canonização de Irmã Dulce, primeira santa brasileira |
Na manhã de domingo, 13,
por volta das 5h34min, o Papa Francisco diante de mais de 50 mil pessoas que
lotaram a Praça São Pedro, no Vaticano, canonizou a baiana Irmã Dulce, que
passou a chamar-se Santa Dulce dos
Pobres. Ela foi a 37ª personalidade brasileira a ser canonizada pela Igreja
Católica e a primeira mulher nascida no Brasil a se tornar santa.
Também
foram canonizados outros quatro beatos: John Henry Newman, Giuseppina Vannini,
Mariam Thresia Chiramel Mankidiyan e Margherite Bays.
Irmã Dulce foi
beatificada em 22 de maio de 2011, pelo enviado especial do Papa Bento XVI, Dom
Geraldo Magella Agnelo, arcebispo emérito de Salvador, tornando-se a primeira
bem-aventurada da Bahia. Em julho de 2019 o Papa Francisco anunciou sua
canonização para 13 de outubro de 2019, tornando assim a primeira mulher
brasileira a ser canonizada.
Nascida Maria Rita de
Sousa Brito Lopes Pontes, na cidade de Salvador, em 26 de maio de 1914, Irmã
Dulce era descendente de uma tradicional família católica, de classe média alta.
Abraçou a causa
religiosa após descobrir sua grande sensibilidade e interesse aos pobres, aos
doentes necessitados e aos menos favorecidos social e economicamente.
Abraçou a vida religiosa na
Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, ligada
à Ordem dos Frades Menores, logo após ter completado seus estudos superiores.
Foram inúmeras as suas obras sociais. Com
apenas 22 anos fundou a União Operária São Francisco, primeiro movimento
cristão operário na Bahia, seguidamente o Círculo Operário da Bahia. Transformou
em albergue o galinheiro do convento de Santo Antonio, que mais tarde deu
origem ao Hospital Santo Antonio, centro de atendimento médico, social e
educacional, que continua atendendo aos pobres entre outras obras de caridade.
Criou ainda o Centro de Convivência Irmã Dulce dos Pobres; e já com a saúde
fragilizada, construiu e manteve uma das maiores e mais respeitadas
instituições filantrópicas do país – as Obras Sociais Irmã Dulce.
Em 1988 concorreu ao
Prêmio Nobel da Paz por indicação do então Presidente da República do Brasil,
José Sarney, com o apoio da Rainha Consorte da Suécia, Sílvia Renata Sommerlath. Não foi
escolhida, mas teve seu nome e sua obra reconhecidos internacionalmente.
Irmã Dulce já vinha sendo
venerada há tempos pelo povo brasileiro, ajudando a aliviar as dores físicas e
espirituais dos seus seguidores; mas foi com o músico José Maurício Moreira que
recuperou a visão num milagre reconhecido pelo Vaticano, que lhe rendeu a
canonização.
Segundo Renato Grandelle,
jornalista do jornal O Globo, enviado para cobrir o evento,
“[...] a celebração eucarística
com o rito da canonização é aberta com cânticos. Depois, o prefeito da
Congregação da Causa de Todos os Santos, Angelo Becciu, solicita ao Papa a
canonização dos beatos. Becciu apresentará brevemente o perfil de cada um
deles.
O pedido é seguido pelo "Litanie Sanctorum", a ladainha mais
antiga da Igreja Católica. A ladainha é um chamado para lembrarmos nossos
ancestrais e pedir por sua intercessão. Nela é enumerada uma série de santos.
Irmã Dulce morreu de causas naturais aos setenta e sete anos,
às 16h45min do dia 13 de março de 1992, ao lado de pessoas que ela tanto amava:
suas companheiras do convento. Seu corpo foi sepultado no alto do Santo Cristo,
na Basílica
de Nossa Senhora da Conceição da Praia e
depois transferido para a Capela do Hospital Santo Antônio, centro das Obras Sociais Irmã Dulce.
Irmã Dulce cercada de pessoas no Hospital Santo Antônio, em Salvador, Bahia, em 1976. Foto: Reprodução |
Irmã Dulce, em 1979, no Hospital Santo Antônio, uma de sua obras filantrópicas. Foto: Arquivo / Agência O Globo |
Encontro entre Irmã Dulce e Madre Teresa de Calcutá em Salvado, julho de 1979 Foto: Arquivo / Agência O Globo |
O Papa João Paulo II, em viagem pelo Brasil, visita Irmã Dulce em Salvador, em 1991 Foto: Arquivo / Agência O Globo |
Irmã Dulce com crianças carentes Foto: Reprodução |
Irmã Dulce e José Sarney, que a indicou, em 1988, para o prêmio Nobel da Paz Foto: Reprodução / Reprodução |
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