quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

OPINIÃO



TOLERÂNCIA
Por: Ribamar Mendonça

            O discurso de abertura da Aula Inaugural de 2016 no Centro de Ensino Manoel Beckman teve como tema principal a TOLERÂNCIA, abordada em todos os aspectos (religioso, político, racial e de gênero), pelos professores Maria Jacinta (convidada), Luís Máximo e Darialva Paiva.
                                                                                                            Fotos: Ribamar Mendonça
Proª.Maria Jacinta
Profº. Luís Máximo
Profª. Darialva Paiva

            Por incrível que pareça, no Carnaval deste ano, a Escola de Samba de Mangueira, campeã, ao homenagear a primeira dama da MPB – Maria Betânia - baiana, católica e do candomblé -, se viu diante da maior discussão sócio-cultural-religioso no Brasil, atualmente: a tolerância, o preconceito, a religiosidade, o sincretismo e a cultura popular.
            Betânia em toda sua carreira nos ensinou através da música algo maior do que o amor e a paixão – a Tolerância -, interpretando os mais consagrados compositores da Música Popular Brasileira, e se tornou, como “num passe de mágica” a referência dessa discussão.
            Para melhor fundamentação deste enredo, transcrevemos abaixo um texto da jornalista Carmela Veloso de Beauvoir, publicado no blog do jornal Correio Brasiliense, em 11 de fevereiro, último.
           
“O que o desfile da Mangueira nos ensinou sobre tolerância?

Foto Divulgação
Ao evocar Maria Bethânia como enredo de carnaval, a Mangueira se viu convidada a lidar com o sincretismo religioso da baiana, que frequenta desde missas no Bonfim a terreiros de candomblé. Na avenida, entidades afros ocuparam o mesmo espaço que símbolos católicos. Iansã e Menino Jesus. Ogum e Nossa Senhora. Lado a lado, de mãos dadas. O espectador testemunhou a comunhão de religiões distintas, mas igualmente voltadas para o respeito ao próximo, acima de tudo. E foi o que prevaleceu. Como raras vezes testemunhamos neste país, cada vez mais segregado por razões de credo, gênero, orientação e cor, uma única corrente de alegria predominou.
Pelas arquibancadas, cristãos, ateus, budistas, umbandistas (gays, negros, velhos, crianças, pais e mães) celebraram a figura da menina dos olhos de Oyá. A música, o samba, o carnaval promovendo um instante de paz. Que fique a lição.
Há, entre todos nós, afinidades maiores que nossas convicções. Seja qual for o seu terreiro, templo ou igreja, tenho certeza de que o sentimento da convivência impera. Vamos exercê-lo”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário